AS
REMINISCÊNCIAS EVOCATIVAS DO PASSADO DE ITAQUI
Prof.º Paulo Santos
1.
ESTÂNCIA
ALTO URUGUAI - FAMÍLIA ARANHA
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Foto de uma descendente (facebook Paola Aranha) |
Consta que um dos primeiros proprietários era o senhor Porto Alegre. Sua construção data dos tempos dos jesuítas, segundo informações antigas, quando aquele local era um ponto de passagem dos guaranis do Povo Jesuítico de
No pátio interno da casa, havia um poço centenário,
acredita-se, cuja tradição oral passada pelos atuais proprietários dava conta
do mesmo ter um túnel (segundo a tradição oral, de natureza jesuítica),
descendo pouco abaixo da abertura, indo em direção ao rio Uruguai. A entrada
desse túnel ainda existia quando,
por diversas vezes, por lá
estivemos; questiona-se apenas se teria toda a extensão apregoada, ou quem sabe
seria uma construção pós-jesuítica, provavelmente do período saladeril. Ou não
haveria túnel algum. Justificativas existem de que a referida entrada poderia
ser um suposto esconderijo provisório para alguma fuga emergencial. Ou teria
outra utilidade até agora não esclarecida. Próximo do local ficavam as
reminiscências do antigo Saladeiro São Felipe, dos ingleses Dickinson.
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Foto de 2015, inauguração de placa. (imagem:www.itaqui.rs.gov.br) |
Em l865, a casa foi
invadida pelos paraguaios, sendo incendiada parte dela. Consta que neste
período pertenceria a Fortunato Assumpção, tio paterno de minha tetravó Romana
Theodora de Medeiros. Mais tarde, a família Aranha adquiriu a propriedade. Na
década de l890 foi restaurada pelo seu proprietário, o Coronel Euclides Aranha,
grande líder político itaquiense, sendo intendente do município de 1912 a 1916.
Nessa estância gerou-se uma das mais expressivas famílias itaquienses – os
Aranha, cuja matriarca era a benemérita Luiza Aranha, conhecida como Dona
Luizinha, esposa do Cel. Euclides Aranha, um paulista, intendente e líder
político da cidade, pais do famoso político brasileiro Osvaldo Aranha, que
apenas nasceu em Alegrete, porém teve a maior parte de sua existência ligada a
Itaqui, principalmente nessa lendária Estância Alto Uruguai.
2. CASTELO DA VILA ALBA - FAMÍLIA DEGRAZIA
O Castelinho, como é conhecido, fica na esquina das ruas
Borges do Canto com Luizinha Aranha. Pertence à família Degrazia, construído
pelo Doutor Osvaldo Paschoal Degrazia por volta de l929. Sua construção, em
tamanho reduzido, imita um castelo em estilo português-espanhol com elementos
estilizados, cuja obra valoriza o elemento principal de Itaqui, a pedra grês,
formando uma imponente frontaria que se ergue numa das partes mais altas da
cidade. Doutor Osvaldo Degrazia era casado com Alba Lenzi Carvalho Degrazia,
uma sobrinha-neta do Cel. Felipe Nery de Aguiar, o primeiro intendente de
Itaqui, em l892. Conta a história que grandes decisões políticas foram urdidas
e tomadas no Castelinho através de senadores, deputados, cardeais, bispos e
ministros de Estado.
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(imagem:ourstory50.blogspot.com) |
Encontra-se em adequado
estado de conservação, mantido e preservado pelos descendentes do casal
Osvaldo/Alba que periodicamente retornam a Itaqui para ocupar o espaço de um
passado repleto de grandes acontecimentos. A Vila Alba, como está na sua
fachada, é um dos cartões-postais de Itaqui que evoca a história de uma família
representativa do contexto político-social da época, cujas reminiscências estão
registradas no livro A janela das minhas lembranças, de Alba Carvalho
Degrazia, a matriarca. Esta obra temos um volume, recebido de sua filha, Dr.ª Linda Degrazia.
Possuía duas bibliotecas
repletas de livros bem preservados num prédio bastante conservado que se mantém
incólume à ação do tempo e atiça a curiosidade dos visitantes que chegam em
nossa cidade e dão de cara com um Castelo incrustado na área urbana.
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