quarta-feira, 15 de agosto de 2018

La Cruz - intercâmbio; Festa Patronal e Encontro Tripartite.


LA CRUZ – Intercâmbio: Festa Patronal e Encontro Tripartite.
Pedras luminárias, fantasmas, túneis – mistérios do antigo Pueblo de la Cruz!
Prof.º Paulo Santos
Relógio solar de La Cruz - foto do autor

A cidade de La Cruz, província de Corrientes, Argentina, comemorou, dia 15/08, sua festa máxima – a Padroeira Nuestra Señora de la Assunción de Acaraguá y Mbororé.
Na oportunidade, o município aproveitou para sediar um Encontro Trinacional com autoridades dos 30 Povos Missioneiros.
Itaqui se fez representar pela Cia de Artes Sem Fronteira, através do belo trabalho sob o comando do professor Valtair Vasconcellos e seus bailarinos. Na oportunidade do dia 14/08, compareceram o professor Paulo Santos, pesquisador da história missioneira em Itaqui, professor Paulo Roberto da Silveira, Doutor em Ciências Humanas e coordenador do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da Unipampa, professor Márcio Campos, da mesma Universidade, Campus Itaqui.
A Cia de Artes Sem Fronteiras produziu um extraordinário show sobre a temática missioneira misturando elementos da história jesuítico-guarani numa perspectiva moderna, culminando com a entrada triunfal da Virgem de Acaraguá y Mbororé, patrona da cidade, venerada de forma muito intensa pelo povo. Esta santa em madeira é egressa dos primeiros anos do povo cruzenho, sendo talhada a mando dos guaranis pela vitória dos mesmos contra os bandeirantes em 1641.
A arquiteta paraguaia Myriam Avila, num painel, explanou sobre “Un reencontro cultural para el desarrollo”, dentro do “3.º Encontro Trinacional de la Fe Missioneira”, enfatizando que era necessário que os povos dos países limítrofes missioneiros se envolvessem num ponto comum – a espiritualidade. Brasil, Argentina e Paraguai precisam formatar uma agenda de compromissos que caminhem no sentido de resgatar o ideal dos missioneiros: a vida em comunidade, a arte, o trabalho, a cultura e o espírito de fraternidade que unia esses povos. 
Prof.º Paulo Silveira, Prof.º Paulo Santos, arquiteta Myriam, integrante  do encontro, Rudi Alegre e  Valtair, da Cia.

Na mesma ocasião, o prof.º Paulo Santos falou do trabalho feito em Itaqui para resgatar a ideia de cidade missioneira, narrando o esforço do secretário Hamilton Berro, em 2008, junto com um abnegado grupo, do qual o professor participou, inaugurando no Parque Comendador Firmino Fernandes Lima uma escultura em pedra grês, tamanho natural, da cruz de Lorena. Pouco tempo depois, a mesma foi quebrada por vândalos, sendo substituída por outra em concreto com o mesmo formato.
Passar por La Cruz é passear pela história em movimento. Principalmente pela história do universo mítico-guarani-cristianizado. Um povo a qual nossa Itaqui estava subordinada enquanto território de criação de gado, o famoso Rincão da Cruz, antes do Tratado de Madri.
E para sacramentar esse ideário missioneiro houve a participação de Tope Manuel Cordolo, secretário de Turismo, verdadeira sumidade. Uma aula de história ao vivo em meio aos remanescentes do povo jesuítico de Nuestra Señora de Assunción de Acaraguá y Mbororé, a contemporânea La Cruz. A praça atual no mesmo local da primitiva redução, pedras talhadas com primor, colunas trabalhadas com requinte na pedra grês, pedras luminárias, fragmento da muralha da povoação.
Coluna de pedra da redução no local da atual praça da cidade
Estudiosos questionam a terminologia e uso das pedras luminárias, afirmando que elas não tinham o uso apregoado pela tradição popular. Tampouco há informação de que outros povos, de mesma raiz e modelo, usassem de sebo com a devida combustão, nestas pedras em formato de colunas, com o objetivo de iluminar as noites na praça das reduções.
Comitiva até da Alemanha costuma visitar frequentemente esta cidade histórica com pouco mais de 20 mil habitantes para ali sorver do conhecimento imaterial.
Instalados no centro histórico da cidade, micromuseus guardam a história dos antigos guaranis e dos seus preceptores missionários. 
Um pouco da estatuária missioneira preservada no museu local
Um pequeno sítio preserva o local onde estaria o forno que fabricava tijolos e telhas para o povo. Relatos de um túnel próximo a este sítio, descoberto quando funcionários cavavam para instalar a rede de esgoto cloacal da cidade.  Autoridades e arqueólogos foram chamados.
Olharam: - “ O furo era mais embaixo!”
Ou seja, parece que o túnel tinha uma extensão maior do que supunham. Aqui entram informações populares, críveis ou não, são informações populares, com o testemunho oral e a descrição sob o ponto de vista de quem  viu ou pensa que viu. Mandaram lacrar. Foi descoberta uma entrada para um espaço revestido de pedra abaixo do solo.
E o imaginário entra em campo. Populares dizem que os estudiosos mandaram lacrar porque ouviram sons muito estranhos vindos das profundezas daquele suposto túnel. E outros, mais afoitos, nos confidenciavam que este túnel sairia das imediações do forno da redução e iria até o rio Uruguai, atravessando este e entrando em Itaqui.
Só mesmo as obras e o universo atípico e atemporal do espaço jesuítico-guarani para permitir uma disgressão tão folclórica quanto esta. Temos muito ainda a aprender com nossos antepassados cruzenhos, dada nossa proximidade sentimental com este pueblo guarani.
Tomara que alguma carta de intenções seja idealizada por este Encontro Trinacional abençoado pela Virgem de Acaraguá y Mbororé.
Fragmento em madeira que fazia parte da porta de igreja da redução de La Cruz.





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terça-feira, 7 de agosto de 2018

Hospital dos curandeiros umbandistas em Porto Alegre - 1957!


Hospital dos curandeiros umbandistas em Porto Alegre – 1957!
Brizola nega, Sartori não aceita. Vão se queixar para o bispo!
Prof.º Paulo Santos
Passeando pelos jornais antigos, ocorreu-me a curiosidade de saber o que acontecia no ano de meu nascimento, no dia e mês de 15 de setembro de 1957. Pois bem, encontrei na Hemeroteca Digital, um serviço da Biblioteca Nacional, on line, uma riquíssima notícia. Tratava-se de um veto do prefeito Leonel Brizola, de Porto Alegre a uma doação concedida pelos vereadores à União de Umbanda para a construção de um hospital.
 A polêmica foi grande!
Até um bispo entrou na jogada e enviou ofício ao nobre prefeito congratulando-se com o veto e manifestando a insatisfação da Igreja Católica por tamanha desfaçatez. Imaginem doar terreno para os macumbeiros?
Algo impensável numa sociedade ainda marcada pela submissão ao domínio católico, uma presença muito forte junto ao Estado, mesmo com todas as transformações.
Os vereadores concederam a autorização para o que o município de Porto Alegre fizesse a doação de um terreno na avenida Ipiranga com objetivo dos curandeiros umbandistas construírem um hospital. O prefeito Brizola vetou, mas foi voto vencido.
O Bispo, Dom Luiz Victor Sartori, coadjutor de Santa Maria, queixava-se de que houve espírito eleitoreiro por parte dos vereadores, inclusive cobrando que vários eram católicos. E termina dizendo que quando precisassem de votos que fossem pedir para os umbandistas, e não procurassem os católicos, que, segundo ele, eram amantes do verdadeiro progresso cultural, moral e espiritual.
Os batuqueiros, coitados, estavam em baixa, como via de regra, sempre estiveram na história religiosa desse país.
Leonel Brizola deu entrevista à imprensa, explicando o veto, dizendo que  tinha ideia de construir casas para os servidores municipais naquele local, mas iria respeitar a lei. Inclusive destacou que somente concederia a escrituração do terreno após ouvir todas as autoridades competentes.
Cita que ouviu de uma autoridade da área de que a construção de um hospital pelos batuqueiros invocaria o perigo de práticas condenáveis e de uma formação viciosa da função educativa. O preconceito contra essa doutrina era pesado.
O terreno foi concedido, não se sabe o final dessa história.
E como dizia o ditado – não gostou, vá se queixar ao bispo!
Nesse caso, o Bispo teve que engolir o disparate dos curandeiros umbandistas serem contemplados com um terreno para a construção de um hospital.
Será que houve lobby dos batuqueiros dentro da Câmara de Vereadores ou será que boa parte desses vereadores não eram lá muito católicos.
Coisas do passado recente. Respingos de ressentimentos, preconceitos, maniqueísmos, formação de cartéis religiosos, sei lá...algo havia. Sempre houve!

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Futebol de bombachas na terra do Rincão da Cruz - 1979!


Futebol de bombachas na terra do Rincão da Cruz – 1979

Prof.º Paulo Santos
Foto - arquivo pessoal

              Nem sempre o resgaste histórico distancia-se muito de nosso tempo presente. Este é um caso. 39 anos atrás. Bem pertinho, mas um tempo pretérito!
Esta atração ocorreu em outubro de 1979, em Itaqui, no antigo Ginásio Bel-Forma, do então professor Paulo Viaro, também dono do Jornal Abertura, que assim noticiava o evento:
“Como toda a novidade (esta mereceu espaço no Fantástico), o Futebol de Bombachas foi uma das grandes atrações da abertura dos XV Jogos da Primavera. As duas equipes pertencentes ao CTG Rincão da Cruz.
A equipe do “Te arremanga e vem”, de camisa branca, lenço vernelho e bombacha preta, jogo com Paulo (Fausto), Luiz Antonio (José Antonio), Marcos (Cereja), Jair e Milton; esta equipe teve uma figura muito aplaudida pela torcida: o massagista Bebeto e seus “preparado”.
A equipe do “Te enrosca e cai”, de camisa azul-marinho, lenço branco e bombacha baia, jogo com: Luiz, Jaguaraçu, Nivaldo, Julio e Chico. O juiz da partida, que trajava camisa preta, lenço branco e bombacha tubiana, foi João Francisco Goulart, assessorado pelos bandeirinhas Libici e Florifausto, ambos trajados a rigor.
A 1.ª etapa terminou em 5 tentos a 2, favorecendo a equipe do “Te arremanga e vem”, dando chance à equipe jovem do “Te enrosca e cai”, de marcar 4 tentos, vencendo assim a partida por 6 x 5.
Este placar, porém, será modificado, pois ambas as equipes prometem uma nova apresentação no encerramento dos Jogos da Primavera, ocasião em que a equipe derrotada promete vir mais preparada, fisicamente, é claro.
(Èber Escobar- repórter especial ) Jornal Abertura – 12/10/1979 – Página 14.”
O futebol em si foi o que menos ocorreu. Valeu pela brincadeira, pela tentativa de inovar na abertura dos Jogos da Primavera.
Recebemos convite e montamos duas equipes do CTG, sendo compostas por assíduos frequentadores da quadra ao lado do Castelão, exageradamente ocupada por uma legião fanática de jogadores de grande e de nenhuma habilidade.
O autor desta postagem- Prof.º Paulo Santos, 2.º da direta para esquerda, em pé, fez parte da primeira etapa, fazendo inclusive gol, sendo ele o goleiro. E sofreu apenas dois gols. Segundo tempo, um “Tite” da vida trocou esse jogador e o time perdeu de 6 x 5 – justiça seja feita!
Alguns dos amigos na foto já deixaram essa vida, outros ainda continuam por aí: Carlos Cereja, componentes da família Goulart, falecido Bebeto. O hoje dinâmico Libici. Grande e fraterna lembrança de um tempo lindo há 39 anos!


quarta-feira, 11 de julho de 2018

La Cruz : o berço ancestral da formação de Itaqui


LA CRUZ: O BERÇO ANCESTRAL DA FORMAÇÃO DE ITAQUI

Prof.º Paulo Santos

Uma das evidências mais singulares de La Cruz é, sem dúvida, o seu relógio solar do tempo dos jesuítas.
Foto Relógio solar de La Cruz - disp, em www.taringa,net

Esse quadrante solar, como é conhecido, foi construído em 26 de março de 1730 e estava situado no pátio do antigo convento da redução. Essa peça jesuítica é uma das poucas sobreviventes testemunhas da barbárie praticada pelo comandante militar brasileiro Francisco das Chagas Santos, que na perseguição a Andrés Artigas, em 1817, resolveu aniquilar com os povos ocidentais do rio Uruguai, cumprindo ordens emanadas do General Marquês de Alegrete.
Conta a história de que grandes depósitos de ouro, prata e tapetes valiosos foram saqueados das igrejas de Japeju e La Cruz.
Exageros à parte, sobraram apenas dessa redução o relógio do sol e as pedras luminárias de La Cruz. Hoje, alguns remanescentes dessas pedras encontram-se na praça da cidade argentina que mantém o mesmo nome da secular redução ocidental. Eram colunas de pedra grés, bem lavradas, umas de boa estatura, outras baixas, que continham uma cavidade na parte superior onde era adicionado algum tipo de cera ou outro componente que provocava a combustão e essa chama iluminava o primitivo povo jesuítico de La Cruz. Povo esse do qual os índios do lado oriental do Uruguai, hoje cidade de Itaqui, pertenciam.
Pedras luminárias de La cruz. foto dispo. www. taringa, net.

Aqui ficava uma estância de criação de gado do povo cruzenho, com postos de vigilância, capatazes, com capelas e oratórios, o que era próprio da estrutura jesuítica de então.
Em La Cruz vamos encontrar um pouco das referências de nosso passado mais recôndito. O pouco que resta da arte missioneira bem pode demonstrar o que por aqui havia naquele período tão fértil da civilização sul-americana, onde os atores desse projeto social eram os índios guaranis, de raiz itaquiense, ainda que sob a batuta dos colonizadores.
Um pouco da brilhante estatuária jesuítica - guarani está preservada no Museu Paroquial da cidade de La Cruz.
São essas imagens que alimentavam o imaginário colonial-cristão daquela época, fazendo com que os índios de Japeju, La Cruz, Santa Ana( primitiva capela que originou Alvear) e Itaqui fossem segregados a uma mesma ideologia enquanto súditos que eram da Espanha, por um lado; de Portugal, por outro.
É de se crer que nas prováveis capelas de São Donato, Santo Cristo e Bororé, as estâncias conhecidas de Itaqui, então pertencente, na época, à La Cruz, essas imagens adornassem procissões, missas e prédicas dos curas da Companhia de Jesus aqui instalada.
Estivemos visitando La Cruz por mais de uma oportunidade e constatamos o quanto tem essa cidade ainda para nos ensinar quanto a nossas raízes missioneiras.
Quando Itaqui está prestes a completar 160 anos de emancipação política, sua idade, no entanto, é remanescente ao período guarani.
Paredes seculares com as pedras jesuíticas de La Cruz - www.taringa.net

Para entender a nossa gênese, precisamos transcender ao universo mítico - guarani, respaldado, é claro, pela cultura jesuítico-missioneira colonial. Num mundo virtualmente informatizado, nossas impressões digitais estão impressas na pedra grés dos vestígios arqueológicos da nossa vizinha “irmana ciudad de La Cruz “.
Esse é o estudo que urge acontecer contemporaneamente.

(Este texto faz parte de nossa obra AGENDA 150, 2008)


segunda-feira, 25 de junho de 2018

Genealogia do Dr.º Otávio d' Avila


GENEALOGIA DO DR.º OTAVIO D’ AVILA
Advogado, juiz, deputado provincial e intendente de Itaqui.RS
Pesquisa: Prof;º Paulo Santos
1.      Manuel d’ Avila Rosa – Natural de Velas.Ilha São Jorge. Açaores, PORT
c.c.
Isabel Maria – Natural Santo amaro. São Roque do Pico, Açores, PORT
Pais de:
1.1.Manuel d’ Avila Rosa (MANUEL D’ AVILA/ISABEL MARIA)
Nascido: Rio Grande,RS, cerca de 1756. Falecido: 28/03/1844, Piratini, RS
c.c.
Francisca de Paula Silva
Pais de:
1.1.1.      Francisco Antonio d’ Avila (MANOEL D’ AVILA ROSA/FRANCISCA DE PAULA SILVA)
Falecido: 20/09/1839, a bordo do navio Presiganga, prisioneiro rebelde na Revolução Farroupilha
c.c.
Anna Francisca das Chagas. Falecida.: 1866, Jaguarão, RS
Pais de:
1.1.1.1.Henrique Francisco d’ Avila (FRANCISCO ANTONIO D’ AVILA/ANNA FRANCISCA DAS CHAGAS)
Nascido: 31.08.1833, Herval, RS. Falecido.: 05.06.1903, Porto Alegre.
Senador, presidente das províncias do Ceará e R. Grande do Sul.
c.c.
Maria Faustina Gonçalves Netto- Nascida: 1843, Jaguarão, RS, sobrinha 2ª do General Bento Gonçalves, filha e Rafael Souza Netto e de Barbara Leonor Gonçalves
Conselheiro Henrique Francisco d' Avila -Presidente das províncias do Ceará e rio Grande do sul - imagem Wikipedia

Pais de;
1.1.1.1.1.      Octavio d’ Avila (HENRIQUE FRANCISCO D’ AVILA/FAUSTINA GONÇALVES NETTO),  Nascido: 20.081877, Porto Alegre, Falecido: 22.07.1920, Itaqui, RS, c.c. Onfale Palmeiro d’ Avila, nascida 06.05.1886, falecida 24.07.1916, Itaqui, RS.
Dr.º Octavio d' Aila- Advogado, deputado, juiz e intende de Itaqui. imagem blog Sangue Palmeiro

Pais de:
1.1.1.1.1.1.Conceição Palmeiro d’ Avila, nasc.1907, c.c. Nestor Nunes Dias;
1.1.1.1.1.2. Luiza Palmeiro d’ Avila, nasc. 1907, c.c. Henrique Bertasso;
1.1.1.1.1.3. Eunice Palmeiro d’ Avila , nasc. 1910, c.c. José Arthur de Carvalho Kós;
1.1.1.1.1.4. Henrique Palmeiro d’ Avila (Coti) – Coronel;
1.1.1.1.1.5. Dácio Palmeiro d’ Avila;
1.1.1.1.1.6. Lygia Pameiro d’ Avila(Ninon) c.c. Dr. Guillardo Figueiredo;
1.1.1.1.1.7. Flavio Palmeiro d’ Avila.

1.1.1.1.2.      Teodora d’ Avila (HENRIQUE FRANCISCO D’ AVILA/FAUSTINA GONÇALVES NETTO), nasc. 01.07.1874, c.c. Pedro Palmeiro (f. Amancio Palmeiro0
Pais de:
1.1.1.1.2.1.Marcinia d’ Avila Palmeiro;
1.1.1.1.2.2. Luiza d’ Avila Palmeiro (Lisoca);
1.1.1.1.2.3. Faustina d’ Avila Palmeiro.

1.1.1.1.3.      Henrique de Avila Junior (HENRIQUE FRANCISCO D’ AVILA/FAUSTINA GONÇALVES NETTO),falecido: 1905, Engenheiro militar, c.c. Jacyra Saldanha de Avila.
Pais de:
1.1.1.1.3.1.Vasco Henrique de Avila- foi membro do Tribunal Regional do RS;
1.1.1.1.3.2. Luiz Avila – Ator;

1.1.1.1.4.      Stella Netto d’ Avila (HENRIQUE FRANCISCO D’ AVILA/FAUSTINA GONÇALVES NETTO), c.c. Gisusepe Bertasso;
1.1.1.1.5.      Maria da Conceição Avila (HENRIQUE FRANCISCO D’ AVILA/FAUSTINA GONÇALVES NETTO),  c.c. Dr.º Manoel Pedro Vilaboim, SP;

1.1.1.2.Francisco Antonio d’ Avila (FRANCISCO ANTONIO D’ AVILA/ANNA FRANCISCA DAS CHAGAS) , Dr.º Medicina, formado no RJ, por volta de 1860;
1.1.1.3.José Maria Avila (FRANCISCO ANTONIO D’ AVILA/ANNA FRANCISCA DAS CHAGAS)),formado em Letras, Juiz distrital em Jaguarão, falecido 09/08/1916;
1.1.1.4. Maria do Carmo d’  Avila (FRANCISCO ANTONIO D’ AVILA/ANNA FRANCISCA DAS CHAGAS), casada;
1.1.1.5.Anna de Avila, Baronesa de Candiota (FRANCISCO ANTONIO D’ AVILA/ANNA FRANCISCA DAS CHAGAS) c,.c, Luis Gonçalves de Chagas, Barão de Candiota;
Pais de:
1.1.1.5.1.Januario Gonçalves das Chagas, nasc: 1848;
1.1.1.5.2. Luís Gonçalves das Chagas;
1.1.1.5.3. Perpetua Gonçalves das Chagas;
1.1.1.5.4. Francisco Gonçalves das Chagas;
1.1.1.5.5. João Batista das Chagas;
1.1.1.5.6. Emilia Gonçalves das Chagas.

1.1.1.6.Antonio Francisco d’ Avila (FRANCISCO ANTONIO D’ AVILA/ANNA FRANCISCA DAS CHAGAS) - nascido 1839, falecido 1911, Pelotas;

1.1.2.      Florisbelo Antonio d’ Avila (MANOEL D’ AVILA ROSA/FRANCISCA DE PAULA SILVA), Tenente-Coronel comandante da Guarda Nacional de Jaguarão, RS;
1.1.3.      Sebastião Antonio d’ Avila ( MANOEL D’ AVILA ROSA/ FRANCISCA DE PAULA SILVA).


OBSERVAÇÃO; Acréscimos ou correções serão bem vindos. 
General Bento Gonçalves- tio de Maria Faustina, mãe do Dr. Octavio d' Avila


quarta-feira, 20 de junho de 2018

Caçada de tigre! Bala benta no defunto! Pau no paralítico!


Caçada de tigre! Bala benta no defunto! Pau no paralítico!
PODE ISSO, ARNALDO?
O hilário e o pitoresco no Itaqui Antigo
Prof.º Paulo Santos
Como é gostoso mexer nos gravetos do passado. Tanta coisa curiosa e engraçada brota. Assopra-se e as brasas se avivam. Quero resgatar algumas dessas reminiscências pitorescas e hilárias à luz de nosso tempo. Muitas, ligadas à minha genealogia.
Por exemplo, Ismael Floriano Machado Fagundes, rico estancieiro e chefe de uma família importante do século passado itaquiense, teria, certa feita, desferido um tiro numa pessoa de nome Tastu, ou algo semelhante, com uma bala de prata quando este indivíduo já era cadáver. Uma bala benzida pelo padre, famosíssimo, Leon Blondet, objetivando livrar o defunto da possessão demoníaca. E o tiro deveria ser no coração. O dito cujo veio para Itaqui por volta de 1903, trazido por Ismael Floriano. E nas noites de lua cheia, creiam, virava lobisomem. Este belo enredo quase que folclórico foi-nos passado pelo artista e pesquisador da terra, Jorge Vômero, quando o ajudávamos na montagem de sua obra “Da Casa Grande do Tempo”, infelizmente não editada.
O pai desse Ismael, José Floriano Machado Fagundes, tinha, pelos lados do Santiago do Boqueirão, pelos idos de 1860 a 1880, o hobby de caçar tigre. Depoimento de um tio nosso, confirma que o mesmo conservava em sua estância uma matilha de 40 cães tigreiros. Esses eram utilizados na caçada. Eles localizavam o felino e o encurralavam para um local onde o caçador pudesse alvejá-lo. O interessante dessa narrativa é que José Floriano repetia ao grupo que o apoiava na caçada(inclusive escravos) – nenhum poderia demonstrar medo – o tigre sempre percebia!
O pai de José, o Tenente de Milícias Floriano Machado Fagundes, perdeu a vida quando sua fazenda foi invadida por uns correntinos. Alguns foram seus peões e estavam ali para um acerto de contas. Não houve acerto e Floriano e dois escravos investiram contra os mesmos sendo assassinado, em 1848, num local próximo do Bom Retiro, na época pertencia a São Borja. A esposa de Floriano veio em socorro do marido e trazia uma santa na mão. Um dos bandidos desferiu um golpe forte de adaga contra ela, não acertando de cheio, pois a lâmina pegou na santa de madeira, livrando-a da morte certa. Até hoje, os descendentes dessa família, pelo lado Palmeiro, guardam esta relíquia onde se observa a falha, na mão direita, vide foto,  produzida pelo corte.
Imagem da santa mutilada, família Palmeiro/Floriano do blog Sangue Palmeiro

Dois tios-avôs do ramo Silveira, lado paterno, quando meninos eram obrigados a vestir roupas de meninas. Segundo a fonte ouvida, isso fazia parte de uma promessa firmada por seus pais, num tempo de sete anos. Havia, inclusive, fotos comprovando. Hoje seriam ridicularizados e discriminados duramente.
Outro ascendente, Mathusalem do Nascimento Correa, foi preso em 1920 por ferir com arma de fogo a outro elemento. O mesmo, seis anos atrás, já como cabo do Exército, junto a outro praça atacaram e surraram a um paralítico de sobrenome Borgia, tirando-lhe o chapéu e o revólver. Imaginem se não fosse paralítico?!
Um bisavô do ramo materno, Ismael Leão de Mello, era tido como homeopata, recebendo e atendendo muitas pessoas em sua casa e receitando remédios da Homeopatia. Tinha diversos livros sobre o assunto. Dele herdo o mister de registrar o passado. Ele possuía um caderno onde constavam os acontecimentos, datas e demais informações de seus parentes. Infelizmente, sobrou somente a primeira folha manuscrita desse livro, que guardo com carinho. Hoje assumi a tarefa de seguir esse legado, mantendo em meus arquivos boa parte da história de minha família.
No ano de 1897, meu trisavô paterno, Augusto Silveira Dutra, foi atacado, em sua fazenda, por uma “partida de salteadores” com os rostos pintados de vermelho e preto. Augusto resistiu, com os seus, conseguindo ferir um dos invasores. Na fuga, os companheiros resolveram eliminá-lo para que não os entregassem. A coisa ficou feia! O estancieiro, junto a outros homens da família, atirava nos bandidos e pedia que as mulheres municiassem as armas, enquanto outra turma fervia água e colocava em panelões para atirar neles caso invadissem a sede. Augusto, no furor da peleia, gritava: não se entreguemo pra bandido! Como resultado dessa refrega ficou com uma perna entrevada.
A esposa de Augusto, dona Clarinda Bertulina de Medeiros Dutra, costumava contar a todos que havia um grande “enterro” perto da casa onde moravam, próximo a umas figueiras. Isso ficava no Passo da Cachoeira, lugar de balas, água fervente e moedas de outro enterradas.
Após o incidente na fazenda de Augusto Dutra, o Coronel Felipe Nery de Aguiar, então intendente de Itaqui na época, providenciou num policial do município para guarnecer por um tempo a propriedade invadida pelos bandidos. Felipe Nery e Augusto eram primos-irmãos.
Em setembro de 1920, um período em que Itaqui estava em polvorosa, em certa altura da rua Rafael Pinto Bandeira, outro ascendente meu, Fructo do Nascimento Correa, um pouco tomado das “bebidas espirituosas” deu um tiro a esmo, num botequim daquela rua. Coisa boba, brincadeirinha da época! Foi admoestado por um sargento da brigada ali chamado. Fructo não gostou e “tacou bala” no brigadiano. Não acertando de início, entraram em luta corporal. O botequineiro tentou apartar. Pra quê! Não deu certo – os dois foram alvejados por Fructo, vindo a óbito o sargento da Brigada Militar. Qualquer coisinha e a bala comia frouxa!
Como se viu, a desordem, as correrias e as valentias campeavam a esmo! Na verdade, o presente nada mais é do que um simulacro do passado. Tem apenas uma roupagem nova. Hoje gangues poderosas dinamitam bancos e comandam comunidades inteiras. Bêbados inconsequentes matam milhares no trânsito e nos bares da vida. Alguns ainda conseguem fazer o bem. São poucos, mas necessários.
E o imaginário coletivo continua se processando na vida cotidiana.
Respondendo a pseudopergunta do título: -  pode, hoje tudo pode!
Antes, então, nem se fala!


terça-feira, 8 de maio de 2018

A resolução dos próceres republicanos.


A RESOLUÇÃO DOS PRÓCERES REPUBLICANOS
Meados de 1892 – o alvorecer da Revolução Federalista.
Prof.º Paulo Santos
No dia 13 de março de 1892 reuniram-se 16 chefes republicanos na cidade argentina de Cáceros, província de Corrientes, e decidiram empreender ação revolucionária contra o governo do estado rio-grandense de então. Os componentes lavram em ata que decidem optar “a força pela força”, fazer a revolução para restaurar a ordem pública que acreditavam afrontada.
Para a turma de Cáceros, era ponto pacífico de que o Rio Grande estava entregue a um governo anárquico, inconstitucional e criminoso. Assim acreditavam no furor da paixão partidária. Tal situação foi corroborada quando o Marechal Deodoro dissolveu o Congresso Nacional, instando à anarquia, segundo essa frente,  resultando o abandono do cargo pelo presidente da província.
Eram os republicanos contra os federalistas do Dr. Gaspar Silveira Martins.
Dr.º Gaspar Silveira Martins. Ilustração retirada de www.wikiwand.com

Nessa reunião combinou-se que os armamentos destinados aos corpos provisórios a serem constituídos em São Borja, São Luís Gonzaga, Uruguaiana, Livramento e Itaqui deveriam chegar aos respectivos depósitos até o dia 30 de abril de 1892.
Uruguaiana e Livramento se comprometeram a dar mil homens armados de carabinas para a revolução.
Pinheiro Machado, por São Luís Gonzaga, prometeu trezentos homens.
Cel. Pinheiro Machado - www.google.com.br

Itaqui, representada pelo Coronel Felipe Nery de Aguiar, mais os coronéis Fermino Fernandes Lima e Horácio Fernandes dariam também trezentos combatentes devidamente armados. São Borja, por Aparício Mariense, acompanhou Itaqui no mesmo número de homens.
Cel. Felipe Nery de Aguiar, de Itaqui - vivasaogabriel.blospot.com.br

São eles os “próceres republicanos”, tratamento que a imprensa da época lhes dava, os mesmos que assinam a histórica ata de Cáceros:
1, Hipolito A. Ribeiro;
2. Francisco Rodrigues Lima;
3. Evaristo Teixeira do Amaral;
4. Fermino Fernandes Lima;
5. Felipe Aguiar;
6. Honorato Cunha;
7. Manoel do Nascimento Vargas;
8. Antonio Duarte Jardim;
9. Antonio Cidade;
10. Ataliba J. Gomes;
11. João Francisco Pereira de Souza;
12. Horácio Fernandes;
13. José Gomes Pinheiro Machado;
14. Adolpho Martins de Menezes;
15. Gabriel Portugal;
16. Aparício da Silva Mariense.
Dessa relação, importante ressaltar as pessoas ligadas a Itaqui. Tínhamos o Cel. Fermino Fernandes Lima, filho do famoso Cel. Antonio Fernandes Lima; o Cel. Felipe Nery de Aguiar, líder militar e intendente de Itaqui; Horácio Fernandes, da família Fernandes Lima; Manoel Vargas, pai do futuro presidente da República, Dr.º Getúlio Vargas e Aparício Mariense, célebre personalidade de São Borja.
Cinco brigadas foram criadas já em junho de 1892.
A 2.ª Brigada estava sob o comando do Cel. Fermino Fernandes Lima, composta de elementos fornecidos pelos municípios de Itaqui, São Francisco de Assis, Uruguaiana, Quaraí e Livramento.
Cel. Antonio Fernandes Lima, pai do Cel. Fermino F. Lima - www.brngusnet.com.br

Em 17 de junho de 1892, Júlio de Castilhos toma o poder e se intitula presidente do Estado.
Silveira Martins e Júlio de Castilhos- os líderes da Federalista

www.wikiwand.com
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               Ferve o caldeirão!
Os caudilhos se transformam em centauros e se travestem de deuses para domar o destino da pampa. O exagero dessas figuras serve para dimensionar  a sanha de enfrentamentos do período.
E a raia miúda é alistada, tanto para defender o Positivismo de Castilhos ou as ideias maragatas dos seguidores do magistral Silveira Martins.
No mesmo ano em que o Coronel Felipe Nery de Aguiar participa da célebre reunião na cidade argentina, um pequeno tumulto ocorre em Itaqui. Trava-se um pequeno combate com uma força de populares que queria depor as autoridades que detinham o poder. Antes de 1892, o governo era ocupado pelo presidente do conselho municipal. O último presidente nomeado era o Dr.º Eduardo Fernandes Lima, em 1889.
No ano de 1892 assume o governo municipal, o Cel. Felipe Nery de Aguiar, sendo vice, Tristão Pinto Barbosa. Eram os republicanos dominando  vida política de Itaqui por anos a fio.
O poder, como é de praxe, era patrimônio de poucos. Não havia participação popular nas decisões políticas. O povo era mantido à margem das decisões. Estas eram tomadas, à socapa, pelos caudilhos sustentados pelos partidos que os secundavam. Prevalecia uma ideologia centrada no monopólio das oligarquias rurais.
Onde minguava a democracia, proliferava a força.
Em 25 de janeiro de 1893, o Dr.º Júlio Prates de Castilhos assume a presidência do Estado. Rompe, a partir daí, a famigerada Revolução Federalista!

O Minhocão de Itaqui

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