sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Arquiteto Pascual Minoggio

                                                 ARQUITETO PASCUAL MINOGGIO
Na vanguarda da modernidade itaquiense
Prof.º Paulo Santos
Itaqui precisa lembrar-se de seus antepassados, reverenciá-los com o respeito que merecem. Há tantas mentes brilhantes atuando no espaço territorial do velho Rincão da Cruz, algumas até no ostracismo, outras, na ribalta. E também algumas mentes de isopor se sobrepondo no apogeu da mediocridade.
O passado, da mesma forma, era assim: méritos e vulgaridades. Entre os primeiros, destacamos Pascoal Minoggio, uma das mentes mais fecundas do pretérito itaquiense, interagindo com as inovações estético-científicas.
Pascual Minoggio nasceu em Itaqui, no dia 0l de outubro de l874, sendo batizado em 21 de março de l875.  Seus pais eram Paulo Defendente Minoggio e Catharina Minoggio, naturais da Itália. Nos registros antigos de Itaqui, lá pelos idos de l893 a l895, Paschoal aparece como pedreiro. Mais tarde, estudou e diplomou-se em Arquitetura pela Escola de Belas Artes de Buenos Aires, Argentina. Muitas obras antigas de Itaqui tinham a assinatura de seu pai, Paulo Minoggio.
Retornando a sua terra, destacou-se como um hábil arquiteto, sendo dele a planta do Mercado Público Municipal, inaugurado em 7 de setembro de l909, na administração do intendente Tito Corrêa Lopes, na época uma das maiores obras da arquitetura local.
Traçou ainda o projeto para a construção do edifício do Clube Comercial da cidade de Uruguaiana, sendo até hoje um dos cartões-postais do turismo da fronteira-oeste. As construções mais antigas do centro de Itaqui têm a lavra do emérito arquiteto itaquiense, principalmente as que possuem belos alto-relevos e ornamentos, uma de suas marcas. No cemitério local, túmulos das famílias mais representativas da comunidade levam sua autoria com a marca do neoclássico no contorno das linhas arquitetônicas.
Alguns relatos atestam que Paschoal Minoggio teria instalado o primeiro cinema de Itaqui entre os anos de 1920 a 1922. Também em l922 nossa cidade já contava com a energia elétrica, obra essa que teve a contribuição decisiva do incansável engenheiro. Por muitos anos foi funcionário público, solicitando sua exoneração em 19 de abril de l929, como engenheiro municipal. Um dos intendentes resolve, em determinado período, indenizá-lo pelos seus serviços, pois que trabalhava muitas vezes sem receber nada.
Casou, em Itaqui, com Abrilina Fernandes Lima em l9l2. Do casal conhece-se, por informações, duas filhas: Zair Fernandes Minoggio, casada com Heitor Carlos Klein, e Glória Lima Minoggio, casada, nascida em l9l3. São conhecidos os seguintes irmãos: Arthur Minoggio e Ambrosina Minoggio Tatsch.
Há registro de que Pascual Minoggio assina visto na planta do Chalé dos Barbosa, do Cel. Tristão Pinto Barbosa e filhos, em 2  de fevereiro de 1910, não se sabendo se era o autor. Fazia parte, junto com o Dr.º Osvaldo Degrazia, da “A Construtora”, como um diretor-técnico.
O Jornal de Itaqui, edição de 9 de junho de l925 informa que Pascual tinha uma “estação de rádio” onde as pessoas se aglomeravam, atentas às novidades da época. Hoje temos TV, Internet, naquele tempo a mídia moderna em alta era o rádio.
Paschoal Minoggio, com destacada atuação no cenário público, faleceu em Porto Alegre, aos 68 anos, no mês de julho de l952. O poder público lhe conferiu uma homenagem, batizando uma importante artéria do perímetro urbano, de sentido oeste/leste, como – Rua Pascual Minoggio -, eternizando, assim, o reconhecimento do povo de Itaqui a seu incessante trabalho. Com essa lembrança são evocadas ações desse eminente arquiteto, responsável pelo advento da modernidade no espaço urbano de Itaqui, assim como sua inserção no fomento às novidades da tecnologia.

5 comentários:

  1. Paulo, se a Prefeitura manter registro das licenças para construir e se elas tiverem a assinatura do projetista e construtor, pode ser organizado o acervo de obras que Paschoal desenhou em Itaqui.

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  2. Fiquei emocionada ao ler o artigo acima. Sou neta de Paschoal Minoggio. Filha de Zair Fernandes Lima Minoggio e Heitor Carlos Klein. Ambos já falecidos.Nao conheci meu avô.Ele faleceu um ano antes de eu nascer. Tenho em casa um álbum da época da Construtora Itaquiense.Muito bom seu artigo. É difícil as pessoas lembrarem e darem o valor aos antigos. Parabéns a você.

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  3. Grato pela participação. Senhora neta do Pascual Minoggio. Mande mais dados para nós. Seria importante Itaqui conhecer mais sobre aqueles que fizeram história. ok?Meu email está ao lado, mande informações adicionais que publicaremos aqui.

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  4. Caro Professor Paulo,
    meus parabéns por manter este site sobre nossa querida Itaqui. Sou neto de Ambrosina Minoggio Tatsch e sobrinho-neto de Paschoal Minoggio.
    Abs. Paulo Tatsch

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  5. Minha avó nascida em Itaqui chamava -se Letizia Villaverde Minoggio e meu bisavô Martin Airoldi Minoggio.

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