quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Dr.º Aureliano Pinto Barbosa

 

Dr.º AURELIANO PINTO BARBOSA

Exponencial figura da história antiga de Itaqui

1861-1918

Prof.º Paulo Corrêa dos Santos

 

Aureliano Pinto Barbosa era filho de Tristão Pinto Barbosa e Ephigenia Nunes Barbosa.

Neto paterno de Manuel de Almeida Barbosa e de Francisca Maria de Oliveira Pinto. Bisneto paterno de Constantino José Pinto e Ricarda Gomes Lisboa. Constantino era primo-irmão do maior campeador rio-grandense: Rafael Pinto Bandeira.

Neto materno de Manuel Nunes da Silva e Maria Hygina Antunes da Silva.

Trineto paterno de Antonio José Pinto e Felicia Maria de Oliveira, ele da Colônia do Sacramento, ela, de Viamão, RS.

Tetraneto de Manoel Pinto Santiago e Luísa Escócia Rodrigues, ele Capitão de Infantaria da Colônia de Sacramento.

        Foto do Dr. Aureliano quando jovem. do acervo da flia. Dr.º Marco Aurélio Barbosa

Aureliano Pinto Barbosa nasceu, conforme registros da Cúria Diocesana do Bispado de Uruguaiana, em 5 de novembro de 1861, sendo batizado em 14 de junho de 1862, pelo primeiro vigário de Itaqui, Padre José Coriolano de Sousa Passos. Foram seus padrinhos, os avós paternos Manuel de Almeida Barbosa e Ricarda Almeida Barbosa. Existe outra informação, onde diz que Aureliano teria nascido em 5 de novembro de 1858, na fazenda Santa Maria, propriedade da família, no município de Itaqui.

Casa à esquerda onde residia Aureliano Barbosa, foto de 1908/1910




Fez o curso de Humanidades, em Porto Alegre, seguindo após para a capital federal, Rio de Janeiro, até o 4.º ano de Engenharia. Em Pernambuco cursou Direito, formando-se em Recife, no tempo do Império de Dom Pedro II. Foi aluno do célebre Tobias Barreto e parceiro do famoso poeta romântico, Castro Alves.

Foi deputado provincial, participando da primeira Constituição republicana, obra tida como de exclusividade do patriarca Júlio de Castilhos. Também foi deputado federal. Aureliano era um republicano fervoroso, constando, junto com Júlio de Castilhos, Assis Brasil e Demétrio Ribeiro, como um dos fundadores do Partido Republicano no Estado. Seu nome aparece na assinatura do texto final da Constituição Política do Estado do Rio Grande do Sul, data: 14 de julho de 1891.

Parece que mais tarde, decepcionado, teria passado para os federalistas. Podia ser efeito disso, o que ocorre em 14 de julho de 1891, onde vamos encontrar o Ato N.º 593, do governo estadual “declarando sem efeito a nomeação do Dr.º Aureliano Pinto Barbosa para Tenente-Coronel, Comandante do 146.º Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional da Comarca de Itaqui e nomeando em seu lugar, Horácio Fernandes”. No meio da família Barbosa fervilhavam defensores ferrenhos, ora republicanos, ora federalistas. Afinal, republicanos e federalistas eram facções de um mesmo partido.

Foi o Intendente que sucedeu ao Coronel Felipe Nery de Aguiar quando de seu falecimento. Foi eleito vice-intendente de 1896 a 1900 e Intendente de 1900 a 1904.

Como Tenente-Coronel, comandou o 11.º Corpo Provisório do Estado, organizado em Itaqui, em 3 de setembro de 1893 em defesa da legalidade, ou seja, do regime republicano, na Revolução Federalista. Seu nome consta em várias listas da Guarda Nacional, novo ainda.

Era o presidente do Clube Republicano, na cidade, e quando a República foi proclamada, lá estava ele liderando em 1889, sendo vice, Pedro Dinarte Pinto. A sessão de instalação da República em Itaqui foi presidida na Câmara de Vereadores por Eduardo Fernandes Lima em dois momentos: o primeiro ato ocorreu às 15h do dia 18 de novembro, e o segundo, às 18h30min do mesmo dia.

Sobre a família de Aureliano há poucos dados. Sabe-se que casou com América de Sousa Barbosa, filha do Tenente-Coronel Manoel Luís de Sousa e de Balbina Gonçalves de Sousa. Alguns filhos conhecidos:

1.                      Colinaura, de batismo,(Francisco, de registro), falecida em 04 de maio de 1890;

2.                      Atanagildo;

3.                      Emília Barbosa, casada em maio de 1914 com seu primo Bolívar Barbosa, filho de Marciano Pinto Barbosa, diretor de jornal, assassinado em circunstâncias trágicas pelo Dr. Otávio de Ávilla;

4.                      Danton, nascido em fevereiro de 1895 e falecido em 7 de junho de 1896;

5.                      Ephibalbi, sem mais dados.

Aureliano faleceu em Itaqui em 23 de janeiro de 1914, com 53 anos, às 24h10min, em sua residência na esquina das atuais ruas Independência com Euclides Aranha, onde hoje está situada a empresa de Cursos Exatus.

Através do Ato N.º 73, de 23 de janeiro de 1914, o Intendente Coronel Euclides Egydio de Sousa Aranha “abre crédito para os funerais de Aureliano Pinto Barbosa”, além de ser concedido o terreno 104 para o seu jazigo. A família teria mais tarde construído um destacado mausoléu para abrigo de Tristão Pinto Barbosa e flia.

Por ocasião da invasão de Gomercindo Saraiva em Itaqui, no ano de 1893, Aureliano foi o encarregado de organizar a rendição, visto que as forças republicanas sofreram severa derrota, tendo alguns se refugiado nos navios da flotilha e outros bandeado, de armas e tudo, para o lado de Alvear. Conversou com o Dr.º Arthur Maciel. Pelo que se deduz dos relatos, não se deu a capitulação.

Em discurso na Câmara dos Deputados, Rio de Janeiro, sessão de 27 de agosto de 1897, o deputado Aureliano fez o seguinte aparte:

“Não sou apologista da morte e do assassinato. Tenho doutrina que guia os meus sentimentos e a minha conduta política e cívica. E vou referir a V. Ex.ª um fato. Quando o maior dos generais da revolução, Gomercindo Saraiva, aquele que foi o chefe supremo de todos, pela sua capacidade e tino, caía nobremente nos campos de combate, companheiros políticos me convidavam para festejar a morte com foguetórios e vivas. Eu lhes disse: não se deve festejar a morte do adversário, que morre nobremente nos campos de batalha, que uma vez empenhado na luta, não deixou um só momento de cumprir o seu dever e deu nobremente a sua vida. Soube depois que seu irmão, Aparício Saraiva, teve conhecimento desse fato passado entre mim e meus companheiros, e que por isso ficara meu amigo.”

Durante algum tempo em Itaqui existiu a rua Aureliano Barbosa. Hoje seu nome está perpetuado na Escola Estadual Aureliano Barbosa, situada na esquina das ruas David Canabarro e Frei Caneca. Uma justa homenagem a quem tanto se dedicou por sua terra natal.

 

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