Dr.º
AURELIANO PINTO BARBOSA
Exponencial
figura da história antiga de Itaqui
1861-1918
Prof.º Paulo Corrêa dos Santos
Aureliano Pinto Barbosa
era filho de Tristão Pinto Barbosa e Ephigenia Nunes Barbosa.
Neto paterno de Manuel de
Almeida Barbosa e de Francisca Maria de Oliveira Pinto. Bisneto paterno de
Constantino José Pinto e Ricarda Gomes Lisboa. Constantino era primo-irmão do
maior campeador rio-grandense: Rafael Pinto Bandeira.
Neto materno de Manuel Nunes
da Silva e Maria Hygina Antunes da Silva.
Trineto paterno de Antonio
José Pinto e Felicia Maria de Oliveira, ele da Colônia do Sacramento, ela, de
Viamão, RS.
Tetraneto de Manoel Pinto
Santiago e Luísa Escócia Rodrigues, ele Capitão de Infantaria da Colônia de
Sacramento.
Aureliano Pinto Barbosa
nasceu, conforme registros da Cúria Diocesana do Bispado de Uruguaiana, em 5 de
novembro de 1861, sendo batizado em 14 de junho de 1862, pelo primeiro vigário
de Itaqui, Padre José Coriolano de Sousa Passos. Foram seus padrinhos, os avós
paternos Manuel de Almeida Barbosa e Ricarda Almeida Barbosa. Existe outra
informação, onde diz que Aureliano teria nascido em 5 de novembro de 1858, na
fazenda Santa Maria, propriedade da família, no município de Itaqui.
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Casa à esquerda onde residia Aureliano Barbosa, foto de 1908/1910 |
Fez o curso de Humanidades,
em Porto Alegre, seguindo após para a capital federal, Rio de Janeiro, até o
4.º ano de Engenharia. Em Pernambuco cursou Direito, formando-se em Recife, no
tempo do Império de Dom Pedro II. Foi aluno do célebre Tobias Barreto e
parceiro do famoso poeta romântico, Castro Alves.
Foi deputado provincial,
participando da primeira Constituição republicana, obra tida como de
exclusividade do patriarca Júlio de Castilhos. Também foi deputado federal.
Aureliano era um republicano fervoroso, constando, junto com Júlio de
Castilhos, Assis Brasil e Demétrio Ribeiro, como um dos fundadores do Partido
Republicano no Estado. Seu nome aparece na assinatura do texto final da
Constituição Política do Estado do Rio Grande do Sul, data: 14 de julho de
1891.
Parece que mais tarde,
decepcionado, teria passado para os federalistas. Podia ser efeito disso, o que
ocorre em 14 de julho de 1891, onde vamos encontrar o Ato N.º 593, do governo
estadual “declarando sem efeito a nomeação do Dr.º Aureliano Pinto Barbosa para
Tenente-Coronel, Comandante do 146.º Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional da
Comarca de Itaqui e nomeando em seu lugar, Horácio Fernandes”. No meio da
família Barbosa fervilhavam defensores ferrenhos, ora republicanos, ora
federalistas. Afinal, republicanos e federalistas eram facções de um mesmo
partido.
Foi o Intendente que
sucedeu ao Coronel Felipe Nery de Aguiar quando de seu falecimento. Foi eleito
vice-intendente de
Como Tenente-Coronel,
comandou o 11.º Corpo Provisório do Estado, organizado em Itaqui, em 3 de
setembro de 1893 em defesa da legalidade, ou seja, do regime republicano, na
Revolução Federalista. Seu nome consta em várias listas da Guarda Nacional,
novo ainda.
Era o presidente do Clube
Republicano, na cidade, e quando a República foi proclamada, lá estava ele
liderando em 1889, sendo vice, Pedro Dinarte Pinto. A sessão de instalação da
República em Itaqui foi presidida na Câmara de Vereadores por Eduardo Fernandes
Lima em dois momentos: o primeiro ato ocorreu às 15h do dia 18 de novembro, e o
segundo, às 18h30min do mesmo dia.
Sobre a família de
Aureliano há poucos dados. Sabe-se que casou com América de Sousa Barbosa,
filha do Tenente-Coronel Manoel Luís de Sousa e de Balbina Gonçalves de Sousa.
Alguns filhos conhecidos:
1.
Colinaura,
de batismo,(Francisco, de registro), falecida em 04 de maio de 1890;
2.
Atanagildo;
3.
Emília
Barbosa, casada em maio de 1914 com seu primo Bolívar Barbosa, filho de
Marciano Pinto Barbosa, diretor de jornal, assassinado em circunstâncias
trágicas pelo Dr. Otávio de Ávilla;
4.
Danton,
nascido em fevereiro de 1895 e falecido em 7 de junho de 1896;
5.
Ephibalbi,
sem mais dados.
Aureliano faleceu em
Itaqui em 23 de janeiro de 1914, com 53 anos, às 24h10min, em sua residência na
esquina das atuais ruas Independência com Euclides Aranha, onde hoje está
situada a empresa de Cursos Exatus.
Através do Ato N.º 73, de
23 de janeiro de 1914, o Intendente Coronel Euclides Egydio de Sousa Aranha
“abre crédito para os funerais de Aureliano Pinto Barbosa”, além de ser
concedido o terreno 104 para o seu jazigo. A família teria mais tarde
construído um destacado mausoléu para abrigo de Tristão Pinto Barbosa e flia.
Por ocasião da invasão de
Gomercindo Saraiva em Itaqui, no ano de 1893, Aureliano foi o encarregado de
organizar a rendição, visto que as forças republicanas sofreram severa derrota,
tendo alguns se refugiado nos navios da flotilha e outros bandeado, de armas e
tudo, para o lado de Alvear. Conversou com o Dr.º Arthur Maciel. Pelo que se
deduz dos relatos, não se deu a capitulação.
Em discurso na Câmara dos
Deputados, Rio de Janeiro, sessão de 27 de agosto de 1897, o deputado Aureliano
fez o seguinte aparte:
“Não sou apologista da morte e do
assassinato. Tenho doutrina que guia os meus sentimentos e a minha conduta
política e cívica. E vou referir a V. Ex.ª um fato. Quando o maior dos generais
da revolução, Gomercindo Saraiva, aquele que foi o chefe supremo de todos, pela
sua capacidade e tino, caía nobremente nos campos de combate, companheiros
políticos me convidavam para festejar a morte com foguetórios e vivas. Eu lhes
disse: não se deve festejar a morte do adversário, que morre nobremente nos
campos de batalha, que uma vez empenhado na luta, não deixou um só momento de
cumprir o seu dever e deu nobremente a sua vida. Soube depois que seu irmão,
Aparício Saraiva, teve conhecimento desse fato passado entre mim e meus
companheiros, e que por isso ficara meu amigo.”
Durante algum tempo em
Itaqui existiu a rua Aureliano Barbosa. Hoje seu nome está perpetuado na Escola
Estadual Aureliano Barbosa, situada na esquina das ruas David Canabarro e Frei
Caneca. Uma justa homenagem a quem tanto se dedicou por sua terra natal.
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