PERÍODO REPUBLICANO EM ITAQUI
Nos meandros do poder – caudilhos e
coronéis num amálgama politiqueiro!
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Foto Cel Felipe Nery de Aguiar |
Prof.º Paulo Santos
Itaqui, após o advento da
República, teve sua trajetória política delineada pela atuação dos
republicanos. O Partido Republicano , liderado pelo caudilho Júlio de Castilhos
sempre comandou as rédeas do poder local. Contendas, como as verificadas entre
os seguidores de Júlio de Castilhos e Silveira Martins serviram de álibi à
famigerada Revolução
Federalista, iniciada, em todo o
Estado, em 1893.
A linha do tempo do governo itaquiense
está estruturada em três fases: 1.ª a das Câmaras Municipais; a 2.ª a dos Intendentes e a 3.ª, dos Prefeitos. O presidente da 1.ª Câmara Municipal foi o Cel
Antonio Fernandes Lima¹. Essas Câmaras,
denominadas de Conselhos Municipais, duraram
até 1889, quando assumiu o governo republicano. Neste ano, era presidente da
Câmara Municipal de Vereadores, o Dr.º Eduardo Fernandes Lima, um sobrinho do
1.º presidente, Cel. Antonio Fernandes Lima.
Na República, o primeiro intendente,
nomeado, foi o Cel Felipe Nery de Aguiar,
em 1892, sendo eleito em 1896. Descendentes desse militar ainda vivem em
Itaqui, sendo outros espalhados por todo o Brasil. Felipe Nery nasceu em 7 de
março de 1845, em Itaqui, filho de imigrante português. Seu pai era Braz
Pinto de Aguiar casado com Maria Josefa Lopes
de Aguiar, ambos de Santa Maria. Seu avô paterno era o Tenente de
Milícias, Baltazar Pinto de Aguiar, nascido na
Bahia, casado com Luiza Francisca Cabral, natural de Cachoeira, um dos
primeiros municípios do Rio Grande. Luzia tinha parentesco com o Coronel
Antonio Fernandes Lima. Baltazar no período da Revolução Farroupilha era um dos
inimigos de Bento Gonçalves, respeitado como tal. O bisavô de Felipe, Baltazar
Antonio Pinto (ou Pinto de Aguiar) veio de
Portugal, talvez da freguesia de Aguiar, casando no Brasil, com a baiana
Adriana Felícia de Santana.
Os pais de Felipe Nery migraram de Santa
Maria da Boca do Monte no horror da revolução farrapa onde não se respeitavam
as famílias e propriedades dos inimigos. Sendo seu pai um líder imperial, Braz
trouxe a família para a fronteira, aqui adquirindo terras. Felipe casou com sua
prima, Cândida Lopes de Aguiar.
Tiveram uma única filha, Felicidade
de Aguiar Caldeira, casada com Maurílio Xavier
Caldeira. Esse casal gerou a seguinte prole: Elisa, Elida, Hilda, Alda, Otília
e Felipe. De Elisa Caldeira Degrazia casada com Paschoal Degrazia descendem
José Felipe, Milton, Edilberto, Vanda, Roque, Ilza, Marina, Gilda. Muitos já
faleceram. São bisnetos do Cel Felipe Nery de Aguiar, em Itaqui, a sra. Gilda
Degrazia Saadi, viúva do Dr. Chaphick Saad e
sr.ª Ilza Caldeira. Uma pessoa muito
querida na comunidade, o seu Roquinho, da lotérica, era também um dos bisnetos
do primeiro intendente. Salvo algumas imprecisões, esse é um breve relato da
genealogia dessa personagem da história itaquiense pouco conhecida. Felipe Nery
de Aguiar era primo-irmão de meu trisavô paterno paterno – Augusto Silveira Dutra. A mãe de Augusto, Ana Teixeira Conrad (Lopes) era irmã
da mãe de Felipe.
Meu trisavô, Augusto, em 1897, teve sua
fazenda assaltada por um grupo de malevas. Houve tiroteios e o mesmo foi ferido
gravemente na perna. Entretanto, Augusto e sua família rechaçaram a invasão e
os salteadores fugaram. Nesse período, Felipe Nery de Aguiar providenciou um
soldado da guarda municipal para guarnecer a dita fazenda. Coisas do passado.
Benesses de família.
Vencida essa etapa, inaugura-se, por
outro lado, a fase das prefeituras, O primeiro a ocupar o cargo de prefeito foi
Otávio Silveira, em 1938.
E foi nessa viagem a Itaqui que Braz Pinto de Aguiar, trouxe as mulheres e crianças para a fronteira, para protege-las dos horrores das guerras. Minha bisa, OLIVIA PINTO DE AGUIAR, estava nesse comboio, ela fez uma viagem um tanto difícil e dolorosa para uma criança com idade entre 4 e 5 anos de idade, devido as circunstâncias com que foi transportada e pela possibilidade do reinício de uma outra vida a qual limitava sua verdadeira identidade.
ResponderExcluirA bisa OLIVIA, por ser negra e criança, veio transportada, dentro de um barril de madeira, com as pernas encolhidas e quem sabe um tanto temerosa para uma criança. A viagem foi longa pois as estradas do RS não apresentavam boas condições e a bisa estava dentro de um barril, com as pernas encolhidas, o qual foi colocado em uma carroça, como se fosse parte da mercadoria que a família transportava para a fronteira. Contado por familiares, a bisa por anos apresentou problemas de má circulação nas pernas.
Foi então nesse período “Histórico de Itaqui-RS” que ela foi entregue aos cuidados de FELIPE NERY DE AGUIAR e a partir desse dia que a história de minha bisa OLIVIA se cruzou com a "História das primeiras Famílias" a povoar e ajudar o Itaqui no desenvolvimento econômico e cultural de nossa terra.